O ex-investigador da Polícia Judiciária exige a reabertura do processo de Madeleine McCann depois do arquivamento político.
"Eu acompanhei a investigação, sei o que lá está e sei o que falta fazer e sei que há responsabilidade no desaparecimento, não tenho dúvida nenhuma quanto a isso", afirmou Gonçalo Amaral, o ex-coordenador da investigação do desaparecimento de Madeleine McCann, na Praia da Luz, no Algarve, em Maio de 2007, citado pela Lusa.
O autor do livro 'Maddie - A Verdade da Mentira' falava após o portal WikiLeaks ter revelado um telegrama confidencial do embaixador inglês em Lisboa, de 2007, em que terá admitido ao seu homólogo norte-americano na capital portuguesa que tinha sido a polícia inglesa a encontrar provas contra os pais de Madeleine.
No entanto, Gonçalo Amaral reafirma que "não foi a polícia inglesa que chegou a essas conclusões".
"Não sei de que provas é que o embaixador inglês se estava a referir quando falou com o embaixador norte-americano. Agora, que há fortes indícios da responsabilidade dos pais, há, e foram recolhidos pela polícia portuguesa em cooperação com a polícia inglesa", garantiu.
Em declarações à TSF, Gonçalo Amaral disse sublinhou que "as provas estão no processo há muito tempo e não é nada de novo o que o senhor embaixador parece ter dito a 28 de Setembro". E acrescentou: "O que eu espero é que com isso, o processo que foi arquivado politicamente, seja reaberto".
O telegrama, hoje divulgado pelo jornal espanhol El País, é datado de 28 de Setembro de 2007 e refere-se a um encontro entre os dois diplomatas que decorreu em Lisboa a 21 de Setembro.
Entre vários outros temas, incluindo a Rússia e o Zimbabué, os diplomatas discutiram o desaparecimento de Madeleine McCann, no Algarve, em Maio desse ano, numa altura em que se mantinha grande atenção mediática sobre o assunto.
"Sem aprofundar nos detalhes do caso, Ellis [embaixador britânico] admitiu que a polícia inglesa tinha desenvolvido as provas actuais contra os pais McCann, destacando que as autoridades dos dois países [Portugal e Reino Unido] estavam a cooperar", escreve o embaixador norte-americano no telegrama.
O diploma britânico admitiu ainda ao diplomata norte-americano que a atenção da imprensa era esperada e "aceitável" desde que "os oficiais do governo mantivessem os seus comentários à porta fechada".
económico com lusa
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