Desta vez calha ao PCP que colocou a circular um boletim informativo que tinha como "alvo" o Centro de Bem Estar e Social da Maiorga.
Vou colocar, aqui e na íntegra, o referido boletim e quero e devo fazer a critica a estas declarações, até porque, convivo de perto com a instituição e as mentiras não podem ficar escritas como se se tratasse de verdades.
O boletim segue em itálico e os meus comentários em bold:
"Há 5 anos que os trabalhadores não têm aumentos de salário. Em contrapartida os horários de trabalho são constantemente desrespeitados e até foi criado um “banco de horas” com saldo negativo. Isto é, quando foi criado já os trabalhadores, na opinião da direcção, eram devedores de horas à instituição.
O horário de trabalho no apoio domiciliário passou a ser efectuado aos fins-de-semana sem qualquer compensação, tem a agravante de ser marcado mensalmente, ficando os trabalhadores impedidos de programar normalmente a sua vida familiar.
Os trabalhadores que sempre deram o seu melhor com trabalho voluntário para o progresso da instituição (festas e diversas iniciativas de angariação de fundos) são agora confrontados com a imposição de deverem horas ao CBES." (...)
Onde andava o PCP há 5, ou há 4 ou há 3 anos atrás? Nessa altura havia salários em atraso, subsidios pagos em prestações e....a instituição esteve preste a fechar portas pois a divida que "legou" a esta direcção rondava os 450 000€.
Havia dividas a fornecedores, funcionários, banca e segurança social. Nessa altura sim, os direitos e até os postos de trabalho estavam em causa mas...o que disse o PCP nessa altura? Alguém ouviu uma voz que fosse a defender os trabalhadores?
O mudismo dessa época terá a ver com o facto de um dos seus elementos fazer parte da direcção nessa altura critica?
Porquê falar nisso agora, exactamente depois de esta direcção ter feito um grande esforço de gestão para colocar todas as contas em dia? Perguntaram às funcionárias se, finalmente, recebiam o salário a tempo e horas?
Talvez o PCP não saiba mas, com dividas à segurança social seria impossivel receber verbas que ajudam a instituição a prestar o belissimo serviço que prestam a crianças e velhos. Essa foi a 1ª preocupação da instituição pois, só assim, se poderiam salvaguardar postos de trabalho e serviços.
"A direcção do CBES está a exercer sobre os trabalhadores uma pressão constante, quando as condições de trabalho – máquinas avariadas ou sem capacidade para o trabalho que executam, transporte de 3 pessoas em carros de 2 lugares – não permitem que as tarefas sejam executadas dentro dos prazos e nas condições normais de trabalho. “fazem-se agora promessas/aquisições de máquinas quando tomam posse, pois recusavam-se a fazê-lo se não tivessem a garantia de serem eleitos”.
Verifica-se assim que deixaram atrasar (esta) situação para agora virem armar-se em bombeiros. Quando a atitude correcta é a de prevenção." (...)
"Este" PCP não está a ser coerente: quando se trata do governo central ou local, diz que não se deve, em fim de mandato, tomar decisões que possam comprometer os que possam suceder por eleições. Aqui, critica o facto de a lista cessante (que, por falta de outra que se atrevesse a tomar a gestão em mãos, voltou a ser eleita) não querer comprometer os seus sucessores com despesas e aquisições com as quais poderiam não estar de acordo.
Um testemunho eu posso dar: nunca senti que as tarefas tivessem sido atrasadas ou colocadas em causa por causa de quaisquer avarias. Os utentes não sentiram qualquer deficiência no serviço. Quanto às carrinhas: de tantas vezes que passei por elas, nunca vi tal situação. Talvez estas gentes andem melhor organizadas com esta direcção....
"A repressão existente chega mesmo ao ponto de aplicarem processos disciplinares completamente descabidos, sem a auscultação dos visados. Leva os próprios trabalhadores a supor que se trata de perseguição por se recusarem a executar tarefas diferentes das funções para que estão habilitados."(...)
O PCP teve o cuidado de comprovar a verassidade disto? Têm a certeza que os visados não foram auscultados e, talvez, multiplas vezes advertidos?
"Nem as crianças escapam. Há crianças que se sentem marginalizadas por serem impedidas de brincarem livremente com todas as outras crianças da instituição. É o caso concreto das crianças da EB1 da Maiorga que vão almoçar ao ATL e aquando das actividades nesse período são colocadas de parte. "
Nesta matéria já não sei colocar de uma forma politicamente correcta. Peço desculpa mas isto passa todos os limites da ignorância.
O CBES, tal como as demais IPSS assinaram protocolos para fornecerem refeições às crianças das EBs, uma vez que, infelizmente, as escolas não estão equipadas com refeitórios que o possam fazer. Prestam, assim, um necessário serviço às zonas em que actuam.
Essas crianças, por protocolo, têm direito a uma refeição (e nesta instituição até as ementas são elaboradas por uma nutricionista) e ao transporte entre a escola e a instituição.
Evidentemente, as actividades que se efectuam na instituição são para as crianças que a frequentam às expensas e com o esforço financeiro dos pais que ali confiam os seus filhos.
As crianças não são marginalizadas até porque, as que estão na instituição também não vão colaborar nas actividades que se fazem na Eb1.
Mas o mais engraçado é que TODAS as crianças que, ao abrigo do protocolo celebrado entre o CBES e a CMA, se alimentam na instituição, e por iniciativa desta, têm um espaço muito engraçado onde, após as refeições lavam os seus dentinhos....
Estão a ser excluidos? de quê?
". A organização e unidade dos trabalhadores, dos pais e utentes da instituição é uma necessidade imperiosa como forma de pôr cobro a estas injustiças"
Quanto a este parágrafo pouco há a dizer: é a reprodução fiel de uma cassete que dura há mais de 30 anos.
Pena que, ao invés de falar de assuntos velhos (em que não interveio em defesa de nada nem de ninguém), não venha com coragem dar como exemplo de boa gestão, uma instituição que, não só não fechou portas, como pagou as dividas a todos e...até paga pontualmente os salários!
Mais: até tem um banco de horas que permite aos trabalhadores não verem cortados nos salários os dias ou horas que necessitem para resolver assuntos pessoais....