Ex-dirigente do CDS desfilia-se do partido |
Jorge Esteves de Carvalho contesta candidatura “despesista” de Carlos Bonifácio |
Jorge Esteves de Carvalho O ex-dirigente do CDS de Alcobaça revelou que a entrega do pedido de desfiliação “foi uma decisão solitária, difícil de tomar, que ocupou grande parte do meu tempo, durante os últimos dois meses”. No entanto, “face aos acontecimentos recentes, relacionados com o processo de escolha do candidato do CDS-PP à Câmara Municipal de Alcobaça, em consciência e por respeito por todos os militantes do concelho, decidi tomar uma posição clara e pública sobre os mesmos”, adiantou. Jorge Esteves de Carvalho considera que, no processo de escolha do candidato do CDS, não “foi tida em consideração a opinião dos militantes da Concelhia de Alcobaça quanto ao perfil de candidato a propor pela Comissão Politica, porque nunca lhe foi pedida”, tendo havido antes “uma excessiva intromissão da Comissão Politica Distrital, pela pessoa do seu presidente, na escolha do candidato.” O ex-dirigente centrista considerou que “a defesa dos interesses políticos pessoais de Manuel Isaac e a inaptidão politica de Luís Querido, em conjunto, resultaram numa candidatura artificial à presidência da Câmara Municipal de Alcobaça, ao mesmo tempo que contribuíam para a divisão dos militantes e eleitores do CDS-PP”. O gestor referiu que já comunicou pessoalmente a Carlos Bonifácio, as razões do seu desalinhamento com a solução encontrada pela Comissão Politica Concelhia. Jorge Esteves de Carvalho considera que “Carlos Bonifácio, representa aquilo que o CDS-PP combate desde sempre e em particular nestas eleições autárquicas, que irão decorrer num contexto de grande sofrimento dos portugueses, devido a uma dívida astronómica e a um défice a rondar a insustentabilidade. O ex-dirigente do partido de Paulo Portas afirma que “Carlos Bonifácio não tem sido o homem de “contas certas”, de que precisamos. Carlos Bonifácio, foi vice-presidente nos executivos camarários de 2001 a 2009, durante os quais ajudou a aprovar investimentos irresponsáveis, que delapidaram as finanças da nossa Autarquia. Entre outros, a aquisição do terreno destinado a construir, em Alfeizerão, o Hospital Oeste Norte e a aquisição do terreno para a instalação da ALE da Benedita”. Outra das críticas apontadas ao candidato do CDS por Alcobaça é que para este ser “um candidato de contas certas” deveria “estar desfiliado do PSD quando foi apresentada e votada a sua candidatura como independente. A isto o povo costuma dizer, “comer a dois carrinhos”, acusou. Em declarações aos jornalistas, Jorge Esteves de Carvalho explicou que considera a candidatura de Carlos Bonifácio “artificial” porque “resulta de alguma incapacidade da Concelhia ou do presidente da Concelhia em congregar à sua volta um projeto de pessoas, porque todos os elementos que apareceram nada têm a ver com o CDS. E artificial porque penso que Carlos Bonifácio se aproveitou dessa incapacidade do CDS local para voltar à ribalta da política já que, durante os quatro anos que tem estado fora, nas duas tentativas que fez através das candidaturas à distrital e à concelhia, perdeu ambos os atos eleitorais e, portanto, será uma derradeira oportunidade para voltar à cena política”, concluiu. Em relação a desentendimentos com Luís Querido, Jorge Esteves Carvalho admitiu que tem “uma forma de estar e ver a política de forma diferente”. O ex-dirigente do CDS local referiu ainda que, enquanto foi dirigente, houve uma tentativa da sua parte de aproximação, mas que desde há um ano tem havido um “total afastamento da Comissão Política Distrital e local” adiantando mesmo que “quer eu quer as pessoas que me apoiam fomos votados ao ostracismo completo”. Jorge Esteves de Carvalho acusa também Carlos Bonifácio de estar conotado com o anterior Executivo e “de ter sido responsável por colocar o concelho no estado em que está”, lembrando ainda que existem mais militantes do CDS que “não percebem como se escolheu esta pessoa para candidato do partido”. A finalizar, Jorge Esteves de Carvalho considerou que “o mais importante será sempre o interesse da nossa terra” e prometeu ficar ativo até às eleições, admitindo estar a ponderar se expressará de forma pública o seu apoio a outra candidatura. |