No dia 10 de Janeiro, Aljubarrota foi alvo de incêndio num dos prédios mais antigos da vila: antiga “Casa dos Pastéis”.
Edifício há muitos anos abandonado pelos herdeiros das famosas pasteleiras era, já há muito tempo, “visitado” por tóxico-dependentes.
Todo o interior do edifício era em madeira e estava cheio de lixo e de mobílias antigas. Em 2003 houve uma tentativa, junto de uma das herdeiras, para arrendar 2/3 do edifício e dar-lhe dignidade. A ideia era a criação de uma quinta pedagógica e um museu da vila. Infelizmente, há quem não cuide e não deixe cuidar!
Triste fim que teve um dos edifícios mais conhecidos da nossa vila. Outros, curiosamente da mesma proprietária, já caíram….
Mas voltando ao incêndio: segundo população da zona, pela frente deste edifício passam, diariamente, dezenas de crianças devido ao trajecto entre a escola primária e o jardim infantil da Misericórdia de Aljubarrota e foi uma sorte, isto não se ter dado mais cedo.
O facto é que diversas pessoas, durante a tarde, pensaram que a vila estava coberta de nevoeiro, pelos vistos já se queimava por lá alguma coisa. Talvez alguns fios de cobre…
Contactado Mário Cerol, comandante do BVA fomos informados do seguinte: os bombeiros chegaram ao local pelas 20h50m. Estiveram envolvidos 27 soldados da paz em 8 viaturas de Alcobaça e 1 da Benedita. No local estiveram a GNR e a Protecção civil.
Questionamos Mário Cerol sobre a quantidade de edifícios nestas condições e ele desabafou: “começa a ser preocupante a quantidade de edifícios devolutos e em estado avançado de degradação. Isto coloca em causa a segurança dos transeuntes e é um tipo de situação que propicia a permanência dos sem abrigo e dos toxicodependentes”.
O Presidente da Junta de Prazeres “lamenta que os edifícios cheguem a este estado e, pede aos proprietários que se aliem ao esforço das juntas e da câmara no projecto de requalificação de Aljubarrota.”
O Dr Paulo Inácio, Presidente da CMA e responsável pela Protecção Civil declarou ao nosso jornal que “se congratulava pela rápida intervenção dos nossos bombeiros e que, a nível da protecção civil (face à possibilidade de derrocada e ao perigo para os peões) iria reforçar as medidas necessárias à segurança da população”
Apuramos, entretanto, que este caso já se encontra em investigação criminal. Ficamos á espera dos resultados!
Nós, temos vindo a denunciar casos como este e que contribuem para o facto de Aljubarrota estar a morrer aos poucos.
Que mais não seja pela sua história e, consequentemente, pelo contributo que pode dar ao incremento do turismo do concelho, Aljubarrota merecia mais consideração da parte do “poderio” que detém a maior parte dos edifícios e terrenos da zona.
Não basta ser filho (a) da terra – há que saber conservá-la e contribuir para o seu desenvolvimento. Infelizmente, há quem continue a dar um chouriço apenas a quem lhe retribua com um porco e há goste de se aproveitar destas situações para colocar culpas nas costas dos outros…
Esperemos que este incêndio seja um alerta a certas consciências comodamente adormecidas!
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