Mensagem do Presidente da República a propósito da canonização de Nuno Álvares Pereira
26 de Abril de 2009
26 de Abril de 2009
Hoje é um dia de alegria para todos os Portugueses.
A canonização de Nuno Álvares Pereira constitui um gesto que honra uma das figuras mais marcantes da nossa História, uma figura em que os Portugueses se revêem como símbolo de amor ao seu País, de defesa corajosa da independência nacional, de vontade de triunfar mesmo nas horas mais difíceis.
Orgulhamo-nos com a canonização de Nuno Álvares Pereira, pelo que ela representa de reconhecimento do valor exemplar de um português heróico e ilustre.
Um português que soube também ser humilde, o que o levou a retirar-se do gozo das grandezas mundanas em nome da fé que possuía.
Recordo o seu epitáfio: «As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge».
De facto, Nuno Álvares Pereira soube voltar as costas às honras terrenas que conquistara através de feitos heróicos.
Mas não voltou as costas ao seu amor por Portugal, pois foi em nome desse amor que o Condestável comandou tropas em defesa da independência de uma nação ameaçada.
O «forte Dom Nuno», como lhe chamou Camões, é um exemplo para todos nós e, muito em particular, para as nossas Forças Armadas.
Congratulo-me pela canonização de Nuno Álvares Pereira e estou certo de que este gesto ficará inscrito na nossa memória colectiva e será motivo de orgulho e de alegria para todos os que amam o nosso País e a sua história.
NUN'ÁLVARES PEREIRA
Que auréola te cerca?
É a espada que, volteando,
faz que o ar alto perca
seu azul negro e brando.
Mas que espada é que, erguida,
faz esse halo no céu?
É Excalibur, a ungida,
que o Rei Artur te deu.
'Sperança consumada,
S. Portugal em ser,
ergue a luz da tua espada
para a estrada se ver!
(fernando Pessoa)
D. Nuno Álvares Pereira 1360-1431
"Filho ilegítimo de D. Álvaro Gonçalves Pereira, prior do Hospital.
Veio para a corte aos 13 anos, e é armado cavaleiro por D. Leonor Teles com o arnês do Mestre de Avis, de quem se torna amigo.
Adere à causa do Mestre, que o nomeia fronteiro da comarca de Entre-Tejo-e-Odiana.
Foi depois condestável do reino e mordomo-mor.
Recebeu de D. João I os títulos de 3º conde de Ourém, de 7º conde de Barcelos e de 2º conde de Arraiolos.
Professou em1423 na Ordem dos Carmelitas, tomando o nome de Frei Nuno da Santa Maria. Mandou edificar o Convento de Santa Maria do Carmo, em Lisboa,, onde morreu, já com fama de santo.
Desde o século XV que é objecto de culto, o que foi reconhecido pelo Papa, em 1918.
É chamado Santo pelos Portugueses e pelos Carmelitas, e Beato pela restante Igreja"
Bibliografia nº3 pág.168
Bibliografia nº3 pág.168
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