A Medieval de Aljubarrota começou, há uns anos atrás, por iniciativa da Misericórdia e com a boa vontade e empenho da população.
Todos trabalhavam "de borla" para divulgar, uma única vez no ano, um evento cultural e histórico alusivo à nossa região.
Mais tarde, a câmara tomou as rédeas (porque este é o 2º maior evento do concelho ) e sem dar contrapartidas, "permitia" aos artesãos mostrarem os seus trabalhos, a troco de 100 euros de caução, a descriminarão dos lugares e umas refeições "de borla" aos funcionários camarários e seguranças contratadas.
E todos continuaram a ajudar e a trabalhar mais de 12 horas à chuva ou ao sol para divulgar os produtos da região.
Preferiríamos ter de pagar metade mas termos condições: não colocar gente a trabalhar ao vivo em barro, debaixo da torreira do sol, sortear os lugares ao invés de as funcionárias da câmara terem lugares previligiados, acabarem com a feira à meia-noite quando ainda o recinto se encontra atolado de gente....
Os participantes aguentaram tudo o que lhes foi imposto pela autocracia camarária e, agora, vem a teoria do nós para nós, impor a quem trabalha todo o ano (sem qualquer apoio ou sinal de atenção por parte da câmara) que ainda pague 10 € por m2 (caso tenha banca própria) e mais 25€ a quem necessite de banca da câmara (que não tem condições em caso de chuva ou sol).
Benesses para quem trabalha ao vivo? Zero!
Em reunião de câmara a vereadora teve a distinta lata de dizer que as pessoas foram ouvidas. Quem? Os artesãos não foram ouvidos, as colectividades? Duvido! O presidente de Junta?
Tive o cuidado de falar com ele que me disse que o que foi proposto foi o pagamento (sem devolução) da quantia de 50 € mas que haveriam mais condições e beneficios.
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Quem fala verdade? Quem mente ou omite?
O facto é que os "de nós" nunca foram ouvidos, nunca ninguém se preocupou se tinhamos ou não condições desde que se pudessem pavonear com o esforço do trabalho dos outros.
A vereadora mentiu quando disse que havia concordância de todos.
O facto é que parece que funciona melhor o "para nós" do que o "de nós".
Se o que a câmara quer é apresentar artesãos vindos de fora. Assim seja! É hora de nos colectarmos noutros concelhos que saibam dar valor ao artesanato.
E temos um aqui tão perto!.....
Não vale a pena lutarmos para ajudar a câmara a descalçar as botas dos buracos em que se meteu porque não nos dão valor nenhum.
Continuaremos a ser mão-de-obra barata que eles julgam ter obrigação de pagar "os terrenos" comprados aos amigos para instalar o hospital fantasma que, parece que até vai para Caldas.
O problema é que continuam a ter não mão os subservientes que lhes abanam a cabeça em sinal de consentimento porque precisam de favorzinhos e/promoções ou nomeações.
Dar um voto de confiança não implica dizer a tudo que sim. Oiçam-nos, aproximem-se do povo e depois peçam-nos para darmos as mãos pelo progresso do concelho e da freguesia.
Os artesãos e a população de Aljubarrota não são propriedade de alguns. Somos gente e.... gente que quer ser ouvida antes que decidam sobre os nossos espaços, os nossos trabalhos e ....os nossos esforços!
deixem de ser arrogantes e de julgarem ser donos de Alcobaça!
Agora sim: desisto de Aljubarrota e de Alcobaça! Não vale a pena lutar porque há interesses instalados que nunca vão desaparecer. Provavelmente, até irão enraizar-se mais!
4 comentários:
Srª.D.Lúcia
Muito sinceramente,gostava de a felicitar e lhe dizer quanto a admiro nesta sua luta inglória, embora reconheça que não está sòzinha.
Nesta do "nós para nós" podemos substitui-lo pela velha máxima "Ó Abreu dá cá o meu".
Em termos da cultura, já não interessa quem faz, nem tão pouco a quem se dirige, (a preocupação cultural e social, é relegada para as calendas). O mais importante é que tudo o que se fizer neste Concelho, e tenha a chama popular (feito com o auxilio e apoio da população) tem que dar lucro, nem que a vaca possa vir a tossir.
Assim, tudo tem que ser taxado, dado que os lucros vão ser fabulosos, os participantes estúpidos é que não sabem.
Com consideração, da PUEC das Redondas,
TIBURCIO
Cara Lúcia Duarte,
Lamento muito mas “a bota não bate com a perdigota”.
“ALJUBARROTA MEDIEVAL” – APRECIAÇÃO E VOTAÇÃO -
Vereadora Mónica Baptista diz que introduziu o pagamento de 100€ para as colectividades e 10€ por metro quadrado para os artesãos...Os artesãos que solicitarem banca pagam + 25€
Considerei errado que os artesãos de Alcobaça e as colectividades das freguesias de Aljubarrota tenham de pagar. Sem o envolvimento das colectividades, dos artesãos e da população não temos feira medieval. Perguntei se as freguesias foram ouvidas.
Vereadora Mónica Baptista diz que estiveram de acordo. Antes havia a caução que era devolvida no final da feira.
Respiguei da super pen do vereador Rogério Raimundo.
Quem falta neste caso à verdade, isto é quem MENTE, (Vereadora, Presidentes de Junta).
Quando se faz um acordo, é porque as entidades em presença têm uma visão comum sobre a matéria para a qual concordam , e validam desde logo os pressupostos da questão.
Cumprimentos
Joel
Olá Tibúrcio
Agradeço o elogio e é bom saber que não estou só.
O problema é mesmo esse: tudo tem de dar lucro porque há muitos buracos para tapar.
No tempo da outra senhora, tinhamos de entregar um cheque que eles diziam ser de caução (não o era porque em muitos outros lados entregamos um cheque de caução e este, nunca é levantado a menos que não se cumprissem as normas).Com tantos juristas lá, alguém teria de detectar que este procedimento era ilegal) e criava problemas com entradas e saidas de tesousaria.
As pessoas não se apercebem dos esforços que fazemos para lá estar: gastos com alimentação (não se pode largar tudo para vir para casa), montar e desmontar tudo todos os dias, estar cerca de 14 horas à chuva ou ao sol (alguns de nós a trabalhar ao vivo). Já perdemos muitos e bons artesãos que se recusam a ir porque o faziam por amor à camisola. Que se pague mas com contenção e ouvindo primeiro os da terra
Olá Joel
O que se passou foi que o que foi proposto ao nosso presidente de Junta que os artesãos pagassem 50 € e as colectividades 100€.
Aqui tenho uma opinião discordante do Rogério apenas num item: as colectividades devem pagar sim. Passo a explicar (excepção para a Amado porque trabalha em recinto próprio ou cedido por particular):
Têm muito trabalho mas têm muito lucro, portanto, em 4000 ou 5000€ de lucros, 100 € até é pouco para a luz que gastam com frigorifricos e máquinas de cerveja ou de café.
E, para além da falta de transparência na selecção das colectividades que participam, grande parte delas não utilizam os lucros para as obras que decidem fazer e, ainda se dão ao luxo de pedir dinheiro para materiais à câmara (sem dar contrapartidas sociais, desportivas ou culturais às populações). Assim sendo, pagam pouco!
Os artesãos, sem qualquer estrutura que os defenda das intemperies da natureza, tendo direito a uma simples lâmpada (que nem dá para trabalhar ao vivo à noite) pagam por um espaço de 2x3 (6m2) 60 € e, se não tiverem investido em tenda própria, ainda acresce o valor de 25 €. Somando, dá 85€.
Está a ver a descrepância de consumo energético entre artesãos e colectividades e o valor a pagar em ambos os casos? É imoral, descuidado e ridiculo.
Se querem acabar com a Medieval, façam-no já. Se querem afastar mais os artesãos tenham coragem de o dizer.
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