Presidente da CIP acusa ministro de "campanha desesperada" para "destruir estudo"
Novo Aeroporto
12.11.2007 - 14h33
Por Lusa
Miguel Madeira/PÚBLICO
Para van Zeller, o ministro quer "avançar já para a opção pela Ota, sem sequer esperar pelos estudos comparativos"O presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) acusou hoje o ministro das Obras Públicas de ter accionado uma "campanha desesperada" para destruir o estudo que aponta Alcochete como melhor opção para o novo aeroporto.
Em declarações à agência Lusa, Francisco van Zeller, afirmou ter "informações privadas" de que o ministro Mário Lino "quereria avançar já para a decisão da Ota e, por isso, destruir o estudo" patrocinado pela CIP, que contabiliza poupanças de 3.000 milhões de euros no projecto do novo aeroporto, caso a opção seja Alcochete.
Segundo o presidente da CIP, "o ministro quer destruir este estudo, parte por parte, em manobras que passariam, inclusivamente, pela descredibilização de José Manuel Viegas", o professor do Instituto Superior Técnico que liderou a equipa responsável pelo documento.
Francisco van Zeller garantiu que aquele especialista em Transportes está a preparar uma resposta, "ponto por ponto, em termos técnicos", à "campanha desesperada" que o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações accionou contra o estudo patrocinado pela CIP.
O presidente da confederação referia-se à "publicação programada" para três dias seguidos e em três jornais diferentes de notícias "dando conta de alegados erros" no capítulo das acessibilidades do estudo da CIP. Para van Zeller, o ministro quer "avançar já para a opção pela Ota, sem sequer esperar pelos estudos comparativos" com Alcochete, a cargo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), com data de conclusão prevista para 12 de Dezembro e que aquele responsável "não duvida", concluirá também por Alcochete. Por isso, o ministro terá pedido à RAVE - a empresa encarregue dos estudos sobre a alta velocidade ferroviária - que analisasse o capítulo das acessibilidades, nomeadamente o referente ao TGV, no estudo patrocinado pela CIP, quando a tarefa de comparação entre as duas alternativas - Ota e Alcochete - está a cargo do LNEC, como garantiu o primeiro-ministro.
"É uma acção desesperada e muito mal feita, mesmo do ponto de vista técnico", considerou o presidente da confederação patronal.
O semanário Expresso noticiou sábado que, segundo a análise da RAVE e de vários especialistas em transportes, as travessias do Tejo e o desenho da linha de TGV propostos pela CIP, origina um aumento de custos de 1.700 milhões de euros, face ao previsto pelo Governo.
No domingo, o diário Público publicou uma análise da RAVE que "aponta 'erros crassos' ao estudo da CIP sobre acessibilidades" e dá conta de uma quebra na procura expectável de "1,5 milhões de passageiros no TGV, via Alcochete, com um impacto negativo de 450 milhões de euros nas receitas, devido a um aumento de 15 minutos no percurso entre Lisboa e Porto em alta velocidade ferroviária".
Também no domingo, o diário Correio da Manhã publica declarações de Duarte Nuno Silva, da RAVE, afirmando que a alternativa da CIP de travessia do rio Tejo põe em risco património histórico, como o convento de Marvila, em Lisboa.
Francisco van Zeller escusou-se a contestar os erros apontados, "por não ter conhecimentos técnicos e uma vez que é o patrocinador e não o autor do estudo", mas garantiu que a equipa liderada por José Manuel Viegas está já empenhada em responder "ponto por ponto" às acusações da RAVE, e que deverá apresentar em breve essas respostas.
"Já desde sexta-feira que sabíamos que iam sair essas notícias a apontarem erros" ao estudo, afirmou van Zeller, para quem o LNEC, embora dependente do ministro, é "uma instituição com maior autonomia, com um prestígio a nível internacional e uma tradição enormes". No editorial de hoje no Público, o director José Manuel Fernandes conta que a notícia publicada pelo seu jornal, que tinha como fonte a RAVE, tinha embargo até domingo e fazia parte de um conjunto de notícias "planeadas" pela RAVE.
"A empresa pública, que reporta a Mário Lino, tinha, sem apresentar um estudo formal, acordado divulgar a sua avaliação em três fases: no sábado saíria uma notícia no Expresso sobre os custos das infraestruturas propostas, o que se confirmou; domingo, o Público divulgaria uma segunda notícia, esta centrada na alegada inviabilidade da proposta desenhada pela equipa do professor José Manuel Viegas; para hoje, segunda-feira, ainda sobraria algo para o Correio da Manhã", revela José Manuel Fernandes.
O director do Público considera, no editorial, que isto representa um "esforço de condicionamento da opinião pública por parte da RAVE que, ao contrário da CIP, não actuou de forma transparente".
12.11.2007 - 14h33
Por Lusa
Miguel Madeira/PÚBLICO
Para van Zeller, o ministro quer "avançar já para a opção pela Ota, sem sequer esperar pelos estudos comparativos"O presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) acusou hoje o ministro das Obras Públicas de ter accionado uma "campanha desesperada" para destruir o estudo que aponta Alcochete como melhor opção para o novo aeroporto.
Em declarações à agência Lusa, Francisco van Zeller, afirmou ter "informações privadas" de que o ministro Mário Lino "quereria avançar já para a decisão da Ota e, por isso, destruir o estudo" patrocinado pela CIP, que contabiliza poupanças de 3.000 milhões de euros no projecto do novo aeroporto, caso a opção seja Alcochete.
Segundo o presidente da CIP, "o ministro quer destruir este estudo, parte por parte, em manobras que passariam, inclusivamente, pela descredibilização de José Manuel Viegas", o professor do Instituto Superior Técnico que liderou a equipa responsável pelo documento.
Francisco van Zeller garantiu que aquele especialista em Transportes está a preparar uma resposta, "ponto por ponto, em termos técnicos", à "campanha desesperada" que o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações accionou contra o estudo patrocinado pela CIP.
O presidente da confederação referia-se à "publicação programada" para três dias seguidos e em três jornais diferentes de notícias "dando conta de alegados erros" no capítulo das acessibilidades do estudo da CIP. Para van Zeller, o ministro quer "avançar já para a opção pela Ota, sem sequer esperar pelos estudos comparativos" com Alcochete, a cargo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), com data de conclusão prevista para 12 de Dezembro e que aquele responsável "não duvida", concluirá também por Alcochete. Por isso, o ministro terá pedido à RAVE - a empresa encarregue dos estudos sobre a alta velocidade ferroviária - que analisasse o capítulo das acessibilidades, nomeadamente o referente ao TGV, no estudo patrocinado pela CIP, quando a tarefa de comparação entre as duas alternativas - Ota e Alcochete - está a cargo do LNEC, como garantiu o primeiro-ministro.
"É uma acção desesperada e muito mal feita, mesmo do ponto de vista técnico", considerou o presidente da confederação patronal.
O semanário Expresso noticiou sábado que, segundo a análise da RAVE e de vários especialistas em transportes, as travessias do Tejo e o desenho da linha de TGV propostos pela CIP, origina um aumento de custos de 1.700 milhões de euros, face ao previsto pelo Governo.
No domingo, o diário Público publicou uma análise da RAVE que "aponta 'erros crassos' ao estudo da CIP sobre acessibilidades" e dá conta de uma quebra na procura expectável de "1,5 milhões de passageiros no TGV, via Alcochete, com um impacto negativo de 450 milhões de euros nas receitas, devido a um aumento de 15 minutos no percurso entre Lisboa e Porto em alta velocidade ferroviária".
Também no domingo, o diário Correio da Manhã publica declarações de Duarte Nuno Silva, da RAVE, afirmando que a alternativa da CIP de travessia do rio Tejo põe em risco património histórico, como o convento de Marvila, em Lisboa.
Francisco van Zeller escusou-se a contestar os erros apontados, "por não ter conhecimentos técnicos e uma vez que é o patrocinador e não o autor do estudo", mas garantiu que a equipa liderada por José Manuel Viegas está já empenhada em responder "ponto por ponto" às acusações da RAVE, e que deverá apresentar em breve essas respostas.
"Já desde sexta-feira que sabíamos que iam sair essas notícias a apontarem erros" ao estudo, afirmou van Zeller, para quem o LNEC, embora dependente do ministro, é "uma instituição com maior autonomia, com um prestígio a nível internacional e uma tradição enormes". No editorial de hoje no Público, o director José Manuel Fernandes conta que a notícia publicada pelo seu jornal, que tinha como fonte a RAVE, tinha embargo até domingo e fazia parte de um conjunto de notícias "planeadas" pela RAVE.
"A empresa pública, que reporta a Mário Lino, tinha, sem apresentar um estudo formal, acordado divulgar a sua avaliação em três fases: no sábado saíria uma notícia no Expresso sobre os custos das infraestruturas propostas, o que se confirmou; domingo, o Público divulgaria uma segunda notícia, esta centrada na alegada inviabilidade da proposta desenhada pela equipa do professor José Manuel Viegas; para hoje, segunda-feira, ainda sobraria algo para o Correio da Manhã", revela José Manuel Fernandes.
O director do Público considera, no editorial, que isto representa um "esforço de condicionamento da opinião pública por parte da RAVE que, ao contrário da CIP, não actuou de forma transparente".
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