TGV – ESTA LUTA É DE TODOS – Vamos mostrar a força dos alcobacenses!
Com a passagem do Tgv a ameaçar separar e destruir parte das nossas freguesias, pondo em causa, não só os bens que, suadamente conseguimos e sobre os quais pagamos pesados impostos mas também a nossa saúde física e mental, conseguiu-se, finalmente, acordar o povo de Alcobaça.
Mostrando que está farto de ser um dos parentes pobres da sociedade portuguesa e já tendo permitido demasiados disparates que por cá foram sendo feitos em nome do progresso, o povo alcobacense mostra-se agora, atento e firme na decisão de não deixar passar por cá, a oeste da serra dos Candeeiros um comboio de alta velocidade.
Assim, apareceu, na Benedita, um grupo de pessoas que, amando a sua terra e, após um esclarecimento sobre o assunto por parte da junta de freguesia da Benedita, arregaçou as mangas e criou o movimento anti-tgv.
Mas porque não é só a Benedita a zona afectada pelo enganoso”progresso” e porque Aljubarrota já é famosa pela sua batalha apareceu, também, nestas freguesias, um grupo de padeiras e D. Nunos que, apoiados, incondicionalmente, pelos seus presidentes de junta, arregaçaram as mangas e decidiram, não só juntar-se ao movimento criado na Benedita mas, também, realizar sessões de esclarecimento à população.
E assim foi, no dia 28 de Outubro começaram estas sessões nos Moleanos e em Ataíja de Cima.
Tivemos a agradável presença dos presidentes de Benedita, S. Vicente de Aljubarrota, Évora de Alcobaça, Prazeres de Aljubarrota e Turquel, de um representante da EDAPA e de um dos elementos do movimento anti-tgv e de uma população que aderiu em massa, mostrando sede de esclarecimento.
Mas, mais importante que qualquer coisa que possamos dizer sobre o assunto, são as palavras dos próprios mas, o que nós Alcoa, não conseguimos reproduzir, em palavras, os sentimentos que vimos nos olhos destes homens e mulheres.
Podemos, no entanto, garantir que, temos junto de nós e na linha da frente, autarcas que dizem com vigor: “NÓS NÃO VAMOS VENDER AS NOSSAS FREGUESIAS EM NOME DE UM PROGRESSO QUE SÓ SERVA ESPANHA E LESA OS QUE NOS ELEGERAM!”:
José Lourenço (presidente da junta de freguesia de Prazeres de Aljubarrota):
“A minha junta apoia o movimento anti – tgv
Não concordamos com qualquer traçado Lisboa – Porto. Tentando “dar-nos a volta” a RAVE decidiu receber os presidentes de junta, não em conjunto, mas em separado, cabendo o dia 2, pelas 10h, a reunião onde serei recebido junto com os meus colegas de S. Vicente e de Évora de Alcobaça. Prevê-se que a linha escolhida seja a linha da escola.
Este projecto e uma tragedia. FACAM/SE OBRAS NAS LINHAS DO Norte e do oeste!”
Numa atitude lúcida e coerente, José Lourenço, embora o traçado previsto seja o menos desfavorável à sua freguesia, diz “NÃO”.
Joaquim Pego (presidente da junta de freguesia de Évora de Alcobaça):
”Sou totalmente contra a passagem do tgv e da linha Lisboa – Porto. No entanto, sou a favor da ligação Portugal – Espanha.
Quero alertar-vos para o facto de as indemnizações virem a ser cerca de 1/3 do valor real das propriedades e somente abrangendo a metragem correspondente a 40 m de corredor e 25m para cada lado correspondendo à medida de segurança.”
Amílcar Raimundo (presidente da junta de freguesia de S. Vicente de Aljubarrota):
“Eu ando extremamente desassossegado!
Todos nós somos do movimento anti – tgv.
Todos juntos vamos conseguir agarrar este monstro e travá-lo à entrada da Benedita e, nessa altura, queremos o apoio de todo o povo!
E que não lavem as mãos os que pensam não vir a ser afectados nas suas casas – lembrem-se que, quando há fogo no quintal do vizinho, ele pode passar para o nosso! Metade dos Casais de Sta Teresa vão abaixo e tudo isto vai causar danos, não só físicos, mas também psicológicos em toda a população.
E lembrem-se que temos de ser solidários. Hoje, ainda nem sabemos qual é o quintal do vizinho que vai arder!”
Maria José (presidente da junta de freguesia da Benedita):
“Qualquer dos traçados corta a Benedita ao meio e passa direito ao futuro centro empresarial da Benedita.
Já sofremos muito com todas as obras que nos têm sido impostas mas esta, nós não vamos deixar passar!
Não consigo entender a razão pela qual foi abandonado o traçado do estudo inicial / a este da serra dos candeeiros.”
Carlos Mendonça (representante da ADEPA):
“O assunto está em aberto e, todos juntos, temos capacidade para impedir esta catástrofe.
O nosso património histórico, arqueológico e arquitectónico, a fauna e a flora estão em causa: falamos de Chiqueda, Olheiros, Carvalhal, Ataíja, etc.
Estamos solidários com a população que esta contra a passagem do tgv. Estranhamos que, embora o estudo de impacto ambiental foque todos os pontos afectados, a rave mantenha estes traçados.
Temos de vos dizer que o tgv vai atingir em cheio o vale e um núcleo de grutas de interesse arqueológico, não só nacional como internacional
Bruno (movimento anti – tgv):
“Este movimento nasceu da necessidade de travar algo que vai comprometer o passado, o presente e o futuro da nossa freguesia. Agora somos mais: somos 5 freguesias a não querer o tgv a passar nas nossas terras.
As pessoas têm de saber os problemas que vão advir das ondas electromagnéticas (problemas cancerígenos), as consequências do efeito de ruído, a mobilidade que fica posta em causa, o problema da irregularidade dos subsolos (temos de recordar que os nossos subsolos parecem um queijo suíço) e que a trepidação provocada pela passagem deste meio de transporte de alta velocidade vai afectar, muito em especial as casas que ficarem perto e que não estarão contempladas com as demolições, o fim de determinadas espécies animais e vegetais, únicas no nosso concelho, etc.
O povo tem muita força para travar isto! A interrupção do Ic2 por 4 horas e da assembleia de câmara foram um exemplo do que estamos dispostos a fazer!
Nós vamos ganhar esta luta porque a razão está do nosso lado!
José Diogo (presidente da junta de freguesia de Turquel):
(desculpem a colherada mas a emoção e a força deste homem foram, de facto, a viva voz de um verdadeiro homem do povo, sem papas na língua e com muita garra!).
“Fala-se disto desde 2003 e os presidentes de junta nunca foram ouvidos!
A CMA não deu satisfações!
Das 11 câmaras envolvidas, a de Alcobaça, agora diz que não, e nisso eu estou solidário com ela, mas… continua a faltar informação.
Eu não vou a RAVE vender a minha freguesia!
E a primeira vez que os presidentes de junta estão unidos mas a vitoria nesta luta só se consegue com a união e a luta do povo.
Temos de mostrar ao governo que nos não estamos a venda!
Desta vez tem de ser diferente! o povo já deveria ter tido reacção em relação a outros assuntos e manteve se calado
Isto e um atentado e um crime contra o concelho como nunca vi antes!
E altura de dizer ao município de Alcobaça que tem de fazer alguma coisa, já que tem andado a dormir!
Eu não me interessam partidos o que eu fiz foi um juramento a bandeira nacional e tenho de trabalhar e dar a cara por e para quem me elegeu!
Temos de dizer claro que tudo isto e uma invasão de propriedade privada e um desrespeito por todos nos!
Nos os presidentes de junta não temos andado a dormir.
Chamem/me atrasado, se quiserem, por ser anti/tgv mas eu tenho problemas mais importantes para resolver na minha freguesia!”
Lúcia Duarte
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