Segunda-feira, Outubro 08, 2007
as respostas da Câmara
numa das minhas postagens, eu dirigi uma série de perguntas ao nosso presidente.Simpaticamente, como aliás é seu hábito, Eduardo Nogueira, respondeu através do meu email pessoal.
Com autorização do mesmo, publico, aqui, na integra, as respostas que recebi:
"Cara Lúcia,
Quando disse, "por amor de Deus, já cá faltava", o que queria tão somente era dizer-lhe que, por agora, deve concentrar as suas energias no combate ao TGV e não no combate ao Presidente da Câmara.
O Senhor César de que fala, penso tratar-se de um deputado municipal que foi à penúltima Assembleia Municipal troçar dos Presidente de Junta dizendo que estavam todos preocupados só com "os seus quintais" e "não olhavam ao interesse nacional". É esse, não é? Pois, terá visto o pinote que ele e sua bancada deram na última Assembleia. Não valeu a pena... a moção que propunham admitia a hipotese de o TGV passar a Oeste, no sopé da serra. E essa hipótese não é sequer admissível para o Presidente da Câmara. O tal que a Sra. Lúcia diz que está a ficar mal na fotografia!
1 O TGV é sempre uma opção discutível. O actual Governo lançou Portugal na maior crise de todos os tempos. O Eng. Sócrates prometeu 150.000 novos postos de trabalho, prometeu não aumentar os impostos e disse não ser necessário mexer nos direitos e nas regalias de ninguém. Resultado práctico da governação do PS: A Europa cresce a 3%, a Espanha a 4% e nós andamos todos entusiasmados porque chegámos à fantástica taxa de 1,2% (ena, ena!!). Portugal, que foi outrora, nos tempos do prof. Cavaco, "o bom aluno", o país com a segunda mais baixa taxa de desemprego, é hoje o terceiro país da Europa (a 27) com mais desemprego. Pior, é o país onde o desemprego cresce mais depressa, tendo a taxa de desemprego atingido a surpreendente e indigna marca de 8,3% no último mês de Agosto (recorde absoluto dos últimos 22 anos), quando o que era habitual era o desemprego baixar no Verão devido ao emprego sazonal.
Ora o Eng. Socrates e o seu Governo acreditam que é com o TGV que vão relançar a economia. Enganam-se. Este é um projecto ruinoso num país sem futuro chamado Portugal. E digo ruinoso porque o será quer na fase de construção, quer na fase de exploração. Começa por ser ruinoso na construção a ser feito quase em exclusivo com material importado, ou seja, endivida o país, e por mão de obra estrangeira, mais um surto de imigrantes que aí vem de qualquer maneira. Continua ruinoso na fase de exploração porque não existirá mercado para o número de viagens previstas. 64 por dia!! Uma viagem Lisboa-Porto custará cerca de 50 Euro o que significa que este meio de transporte não estará ao alcance de todos. Já pensou que um pessoa que trabalhe no Porto e viva em Lisboa terá de dispender 2.000€ por mês só para se deslocar!!! O actuais Alfas já garantem um serviço suficientemente bom entre estas duas cidades e se se souber rentabilizar o investimento que tem sido feito na linha do Norte, as velocidade médias podem aumentar e fazer cair o tempo de viagem. É só quererem. Retomando, a exploração ruinosa do TGV será compensada, como acontece em Espanha, com dotações do orçamento de Estado. Significa isto, MAIS IMPOSTOS!
2. O alerta às populações não peca nada por tardio. A consulta pública está em curso e é agora que as populações devem aproveitar para dizer de sua justiça. Um requerimento ou uma carta entregue no primeiro dia da consulta pública tem o mesmo valor que se for entregue no último dia. Se se tivesse convocado a primeira Assembleia em Agosto diriam que se estava a tratar do assunto nas costas das populações que estavam de férias. É o famoso "preso por ter cão e preso por não o ter".
3. O nosso presidente não fechou a porta. Manteve sempre uma posição firme, como deveria, e oficiou, por mais que uma vez, (estes ofícios foram distribuidos num dossier de imprensa a toda a comunicação social na última Assembleia Municipal, se quiser faculto-lhos, com todo o gosto), à RAVE e ao Ministro das Obras Públicas, manifestando o seu desagrado em relação ao processo e chamando a atenção para o facto de haver compromissos que não estavam a ser cumpridos, nomeadamente a reunião alargada a autarcas de freguesia.
4. Então não houve preocupação de informar? Quem é que tem feito as sessões públicas de esclarecimento? Foi a RAVE? foi o PS? Ah, pois, foi a Câmara e as Juntas de Freguesia!! E já agora, nos concelhos vizinhos tem sabido de alguma sessão pública de esclarecimento? Pois, parece que só aqui por Alcobaça é que a Câmara "se tem dado a esse trabalho". O que dirão então os munícipes nesses concelhos...
Por isso Lúcia, não estranhe a minha resposta da semana passada, tenho andado muito ocupado e nem sempre tenho a possibilidade de passar a escrito o que penso, mas achei que o que acabei de dizer era tão óbvio que nem precisava de ser escrito!
Já agora, agradeço que ponha nos blogs.
Cumprimentos
Eduardo Nogueira"
Sem comentários:
Enviar um comentário