artigo retirado do jornal tinta fresca e o meu comentário

Opinião
Candidato Inácio
Vasco Gomes

A recompensa por tão estimáveis serviços prestados pelo candidato Paulo Inácio, nos últimos 4 anos, como Presidente da Assembleia Municipal de Alcobaça, redundaram numa original candidatura a Presidente de Câmara, com o propósito de modificar de forma dinâmica toda a linha de rumo dos últimos 12 anos.

Como será isso possível? Será que vai renegar todo o legado do seu antecessor e criticar abertamente o seu mandatário político? Será que, num sincero arrependimento, vai criticar o anterior elenco camarário? Como, se, do anterior, transitam dois elementos?! E como irá ele criticar as suas próprias posições, as quais sempre foram de subserviência e sempre com a devida vénia ao Presidente cessante?
Como irá Inácio criticar a compra de um terreno em Alfeizerão, se não o fez na Assembleia Municipal? Será que como Advogado não acharia prudente fazer um contrato-promessa de compra e venda com uma cláusula, na qual previsse a desistência do negócio no caso do terreno não ser aceite, como em pouco tempo se veio a confirmar, e, assim, não seriam desperdiçados 3,5 milhões de Euros.
E alguma vez questionou, de forma efectiva, exercendo os seus direitos fiscalizadores, a forma como o Município esbanja o dinheiro dos contribuintes, por exemplo, alguma vez perguntou á CMA:- Quanto custou a remodelação da envolvente ao Mosteiro e qual o valor dos trabalhos a mais e respectivas indemnizações aos construtores?

- Quanto foi gasto no espectáculo e na participação de Luís de Matos, o tal mágico da maior metamorfose, na campanha das 7 Maravilhas e em todas as acções correlacionadas?

-E quanto será o valor dos trabalhos a mais na requalificação de S.Martinho do Porto?

-E sobre desenvolvimento económico, alguma vez questionou a CMA? Porque existem tantos lotes livres na Zona Industrial do Casal da Areia? E será que, quando for construído o IC9, a ZICA terá a respectiva ligação? Ou acontecerá o mesmo que aconteceu com a A8?

- E sobre a conclusão das obras em Paredes da Vitoria? Por que motivo estão paradas?

- E sobre o contrato de pagamento dos centros escolares de Alcobaça e Benedita e do Gimnodesportivo de Évora? E que poderemos achar da sua competência como Presidente da A.M., se no site da CMA a última acta disponível para consulta é datada de 20/9/2006. Será que a AM nunca mais reuniu? Já passaram 3 anos! E, no programa da sua candidatura, distribuído em 2005, apregoava “progresso garantido + qualidade de vida”, onde estão? Assim como os pontos programáticos, nada disso cumpriu:As “assembleias Municipais temáticas”O “centro de debate de Ideias”O “respeito pelas oposições”A “vivência democrática participada”A “sugestão de acções, de forma inteligente”A “alteração do regimento de forma a adequar o seu funcionamento aos reais interesses da população” Mas mais não seria de esperar de alguém cuja carreira se baseou sempre num confortável encosto ao seu partido, e daí a sua obediência cega á hierarquia, cumprindo sempre as ordens dos seus chefes partidários. Será que alguma vez pensou pela sua própria cabeça? È confrangedor que chegue a esta posição de candidato sem que se lhe conheça algum escrito, com ideias, críticas ou mesmo uma visão de futuro para o nosso Concelho. Pois talvez ele pense que isso não seja necessário pois o seu querido partido disso se encarregaria, cabendo-lhe a ele apenas seguir a já gasta cartilha partidária. Viva a preguiça!Será disso que Alcobaça precisa?

Vasco Couceiro Gomes

Candidato Independente a Presidente da Assembleia Municipal de Alcobaça no Partido da Terra - MPT
02-10-2009

Comentário de Lúcia Duarte

04-10-2009 às 11:58

Acho muito saudável que se façam propostas no sentido de melhorar os serviços da AM e a sua relação com os municipes.É urgente e necessário! Acredito que com Vasco Gomes ou com Isabel Granada possa haver uma mudança radical e positiva na direcção deste orgão.

No entanto, um presidente não consegue mudar nada se a maioria dos deputados não o quiser mas acho que, com boa vontade e empenho, qualquer um destes candidatos chegará lá.

O que já não me parece bem explorada é a parte do texto em que se critica a parte profissional do candidato do PSD. Ele é conhecido, cresceu profissionalmente à sua custa e empenho e tem escritos e opiniões sobre o concelho.

Não me cabe defender ninguém mas também não se deve falar do que não se sabe apenas para tentar minorar as hipoteticas valências de alguém.

Se formos por aí, então o nº 2 do Mcia também não tem um percurso profissional conhecido a não ser na Igreja, nunca apresentou ideias concretas para o concelho, fala em nome do candidato sem seu conhecimento e até tem escritos de carácter racista e exclusivista. Apresente apenas o seu programa para a AM, compare-o publicamente com o modelo actual mas, não entre por caminhos que, para a vida do simples municipe, não têm valor nenhum nem são importantes para o desenvolvimento do concelho.

O que nós queremos é o esmiuçar dos projectos dos candidatos à presidência da AM.

Quanto ao romper com o passado: na minha modesta opinião, o passado serve de exemplo para o presente tendo em conta um futuro onde os erros sejam ultrapassados. Se nada mais nos dissesse, o mote nova dinâmica parece indicar que o grupo é inteligente ao respeitar o passado querendo mudar o futuro.

É a minha modesta interpretação, quer se concordem ou não com as ideias deles. O que se pretendia com o Pedrosa, quer quando foi eleito para a comissão politica do Ps, quer na constituição do verdadeiro movimento civico (que nada tem a ver com o actual modelo), era exactamente a mudança, respeitando o passado, aproveitando o que tinha de bom e apresentar ideias que corrigissem os erros.

O facto de, o Pedrosa, ao escolher esta equipa para a câmara não o ter conseguido fazer, não é sinal de que outros não o consigam.

O tempo nos dirá se vai haver, ou não, um refresh no actual PSD.

Rogério é um exemplo de que se pode dar um olhar diferente ao presente respeitando e assumindo o passado.

A riqueza da democracia está na oportunidade dada a cada um de fazer um balanço e na capacidade de dar respostas aos erros